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Entrevista com Jacob Bazarian, autor de Crítica da concepção teológica do mundo

Alfa Omega: O senhor poderia nos dizer como nascem as superstições?
Jacob Bazarian: É evidente que essas crenças só nascem devido à ignorância das causas reais e naturais dos fenômenos.
O homem chamado primitivo, isto é, iletrado e inculto, sem espírito científico, por ignorar as causas reais e naturais dos fenômenos, atribuía as causas dos fenômenos a objetos que teriam um poder mágico dentro de si (fetiches) ou à vontade de entidades sobrenaturais (deuses, santos, etc.).
O homem em geral, tanto o primitivo como o civilizado, aprende por reflexo condicionado. Quando a um fenômeno F1 segue um fenômeno F2, ele tende a considerar o primeiro como causa e o segundo como efeito. Por exemplo: Ele passa debaixo de uma escada e caí um tijolo em sua cabeça. Conclusão: passar debaixo de escada é perigoso. Esse homem deixa de passar debaixo da escada, mesmo que não tenha ninguém trabalhando na escada. Outro exemplo: Ao andar pela rua, um gato preto cruza-lhe o caminho. Nesse dia ele teve azar nos negócios. Conclusão: Gato preto cruzando o caminho da gente dá azar e deve-se contorna-lo. Como se vê nesses exemplos, os fenômenos estão relacionados de modo fortuito, casual, isto é, não há nenhuma relação causal entre um fenômeno e outro. É uma questão de puro acaso, sorte ou azar.

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Far far away, behind the word mountains, far from the countries Vokalia and Consonantia there live the blind texts.