Entrevista com Ivan Godoy, autor de Polônia.
Entrevista a Antônio do Amaral Rocha
Alfa Omega: Caro autor, o senhor já escreveu sobre a Alemanha, Argélia, União Soviética e Bulgária, entre outros, sempre traçando um perfil detalhado dos países e agora escolheu a Polônia. Por que a Polônia?
Ivan Godoy: É um país fascinante, que deu ao mundo figuras como Chopin e Rubinstein, na música; vários ganhadores do Prêmio Nobel de Literatura, cineastas como Wajda, Polanski e Kieslowski, cientistas como Copérnico e Madame Curie, líderes políticos e sindicais como Lech Walesa e um dos papas mais marcantes de todos os tempos: João Paulo II. Além disso, tem uma história milenar de luta pela independência e pela conservação de sua identidade nacional. Lá ocorreram fatos decisivos, que influenciaram a evolução de toda a Europa, como a a batalha de Grunwald, em 1410, em que foram derrotados os Cavaleiros Teutônicos. De lá partiram as tropas de Napoleão para a invasão da Rússia, que marcou o começo do fim do imperador francês. E lá foi iniciada a Segunda Guerra Mundial, em 1939, quando as forças nazistas invadiram o território polonês. Mas principalmente foi na Polônia que surgiu o Sindicato Solidariedade, que deu a largada para o processo de mudanças que pôs fim ao bloco socialista – e portanto à divisão da Europa em dois sistemas antagônicos – e teve como maior símbolo a queda do Muro de Berlim.