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Entrevista com Adriano de Assis Ferreira, autor do livro Questão de classes

Alfa Omega: Professor, o seu livro Questão de Classes – Direito, Estado e capitalismo pode ser indicado para quais disciplinas do estudo do direito e outros correlatos?

Adriano de Assis Ferreira: O livro pode ser indicado para disciplinas de Introdução ao Direito, Sociologia do Direito, Ciência Política /Teoria do Estado e Filosofia do Direito. Também pode ser indicado a cursos de Ciências Sociais, Serviço Social e História.

Alfa Omega: No livro o senhor faz uma leitura do direito, do Estado e do capitalismo sobre a visão de diversos autores partindo das análises de Marx, centrado num momento em que o estado e o capitalismo pareciam estar em evidente colapso (séculos 19 e início 20). O senhor diz ser possível, a partir da perspectiva de Robert Kurz uma análise esotérica e outra exóterica. Explique estes conceitos.

Adriano de Assis Ferreira: Na verdade, o aparente colapso do capitalismo no final do século XIX e início do XX pode, hoje, ser interpretado como mais um solavanco no longo processo de consolidação do sistema em áreas então periféricas. Todavia, esse solavanco abriu espaço a diversos questionamentos de cunho socialista, partindo de duas facetas da obra de Marx: esotérica e exotérica. A vertente exotérica da obra de Marx é aquela dedicada aos movimentos trabalhadores, uma elaboração simplificada e que expressa o momento histórico da consolidação capitalista, que supera os últimos resquícios de trabalho feudal. Seus conceitos básicos são a “luta de classes” e o materialismo histórico dela derivado. Por outro lado, Marx produziu uma obra mais conceitual e “econômica”, que desvenda os mistérios do funcionamento da economia capitalista e denuncia as contradições inerentes a essa lógica, sem hipervalorizar o papel das classes sociais. Esta análise é hoje mais interessante para a compreensão do contexto presente e traz um arsenal teórico capaz de propiciar sua crítica.

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Far far away, behind the word mountains, far from the countries Vokalia and Consonantia there live the blind texts.