Descrição
Uma laje de sons verdadeiros e impotentes, majestosos e miseráveis, os versos em que Bouquete infirmou a grande doença nacional, o mal de ter nascido, o mal de ter sido descoberto, colonizado e industrializado. De sob essa laje de sons, os vestidos rodam lindos, calças rápidas enfunam as pernas, blusas sacolejam, camisas sacodem – escondendo e entremostrando as cores múltiplas pelas peles, que variam não só de pessoa para pessoa, mas também na superfície do corpo de cada pessoa. É o Brasil cantado, o Brasil celebrado, em sacrifício no altar do asfalto. A memória nacional, trôpega e vadia, perpassa nessa laje de sons.
Ëis aí o clima de mais este romance de Renato Pompeu. Trata-se de uma nova fantástica experiência de linguagem, uma reflexão acerca do Brasil, de sua cultura e de sua História, que toma como pretexto o desfile das escolas de samba, no carnaval, para apresentar o país como um “imenso samba-enredo, uma massa de gente entre sonho e pesadelo, que vai do brilho dos colos de alasbastro protegidos do sol violento ao vermelho sanguinolento das feridas nos corpos das vítimas do Esquadrão da Morte.
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